Scania L75/76/100/110/101/111: Os "Jacarés" que devoraram as estradas brasileiras.

O "JACARÉ" TROUXE ALGUMAS INOVAÇÕES NO MERCADO BRASILEIRO E MUITOS ESTÃO NA ATIVA ATÉ HOJE.

"Tu ficou louco" algum leitor vai pensar. OK, confesso que depois de muito pensar e jogar Eurotruck resolvi fazer uma matéria histórica de caminhões e achei que seria muito difícil, mas eis que descobri o site que tem catálogos de muitos caminhões e vou deixar o link do site:

O Site caminhões antigos do Brasil tem dados de caminhões.  também vi alguns vídeos do canal planeta caminhão e deixo uma liberdade: caso você estiver lendo e for caminhoneiro e já trabalhou com um desses modelos pode relatar pontos positivos e negativos e colocarei aqui.

A Scania esse ano está comemorando seus 60 anos no Brasil.

AS PRIMEIRAS UNIDADES IMPORTADAS: São de 1948, em 1951 a Vemag assume as operações da Scania no Brasil(a mesma que fez os DKW sob licensa) e em julho de 1957 sai o primeiro caminhão Scania nacional é o L75 que vinha nas configurações chassi rígido e cavalo mecânico, o câmbio era manual de cinco marchas,  o motor era o Scania  seis cilindros em linha D10 com bloco e cabeçote de ferro, 12 válvulas, comando de válvulas no bloco acionado por varetas, o seu diâmetro era de 127mm e o curso é de 135mm e não temos o número total da cilindrada, mas é de 10.3 litros(10.26 para ser preciso) dotado de bomba injetora de atuação direta que gerava 63KGFMa1200RPM e 165CVa2200RPM. A sua suspensão era eixo rígido por feixe de molas nos dois eixos e os freios eram a tambor e ar. A direção era mecânica setor e rosca sem fim e o seu tanque levava 130 litros.
O L75 com motor D10 de 10.3 litros com 165CV.
 O L75 chegou num tempo que o domínio das estradas era do FNM("Fenemê") e o Scania se destacou por ter a bomba injetora de atuação direta e não por pré-câmara com o rival, lembrando que ele só tinha 35% dos componentes nacionais e o motor era importado da Suécia. Em outubro de 1959 o motor passou a ser nacional na nova fábrica de motores da Scania, mas a produção completa continuava a ser da Vemag, até que em outubro de 1962 a Scania começa a fabricar os caminhões na unidades própria em São Bernardo do Campo-SP que é atual fábrica da Scania e ele seguiu sem alterações até outubro de 1963.

  A CHEGADA DO L76: Se dá em outubro de 1963 na linha 1964, o motor Scania D10 dá lugar ao D11 também seis cilindros  e 12 válvulas com 11 litros, o diâmetro era mantido e o curso ia para 145mm , a taxa de compressão era de 16:1 e com isso gerava 76KGFMa1200RPM e 195CVa2200RPM(além da líquida, a Scania divulgava os 215CV brutos), o câmbio duplicava as marchas: passava de cinco para dez marchas, sendo cinco alta e cinco reduzidas e ele continuava a ser vendido nas configurações chassi rigido e cavalo mecânico, o tanque aumentava para 190 litros e ganhava a companhia de outro tanque totalizando 380 litros.
O Scania L76 chega ao mercado brasileiro estreava o motor 11 litros com 195CV, mais tarde ganha a opção turbo com 285CV.

Aqui um chassi-rígido 4x2.
Em outubro de 1964 na linha 1965 chegavam os modelos LS 6x2 chassi rígido e cavalo mecânico e os LT 6x4 chassi rígido e cavalo  mecânico, os reboques(ou carretas) tinham que ser dimensionados para o Scania e daí veio o nome "Carreta padrão LS" e seguiu sem alterações até outubro de 1967 quando chegou o primeiro caminhão turbo nacional, mas antes vamos ao apelido por que "Jacaré?" por causa do bico fino e largo e quando aberto parecia a boca de um Jacaré, voltando o motor os modelos turbo eram chamados de S e com isso eram L 76 S, LS 76 S e LT 76 S em referência ao Scania Super, o motor Scania D 11 litros ganha o turbo e com isso motor seis cilindros agora gerava 108KGFMa1500RPM e 275CVa2200RPM e os valores brutos eram de 109KGFM e 285CV respectivamente e o deixam como caminhão nacional mais potente da época e começa a tracionar carretas de três eixos, que na época eram raras, aliás cavalos-mecânicos eram raros naquela época e aí seguiu sem alterações até outubro de 1969.

A CHEGADA OS L/LS/LT 110 se dá em outubro de 1969 na linha 1970 quando eles ganham freio de estacionamento, freios de duplo circuito e aí passavam a se chamar L(4x2), LS(6x2) e LT(6x4) 110 a marca inaugura uma nova nomeclatura dos seus caminhões até então, já nos motores era mantido o Scania D 11 litros aspirado e turbo eram mantidos assim como câmbio e o tanque que continuava com a mesma capacidade.
O L110 na foto ainda na ativa estreava melhorias mecânicas, mais tarde passava a gerar 202CV na versão aspirada e 295CV.
Em outubro de 1970 na linha 1971 nada muda, em outubro de 1971 na linha 1972 afinal o L110 podia tracionar carretas de três eixos, a Scania lançou uma alternativa mais barata era o L100 que podia rebocar carretas de dois eixos, já o motor era o mesmo Scania D11 com 11 litros aspirado só que agora gerava   202CVa2200RPM e para o L/LS/LT 110 a maior potência na versão aspirada.
O L100 uma opção mais em conta que o 110 com motor D11 de 11 litros e 202CV do 110.

 Só que o L100 nunca teve boas vendas e todos seguiram sem alterações até outubro de 1975.

A CHEGADA DO L 101 E DOS L/LS/LT 111 se dá em outubro de 1975 o motores tem aumento de potência o D11 seis cilindros aspirado passou a gerar 77KGFMa1200RPM e 203CVa2200RPM usados no L101 e nos modelos aspirados da família 111, já o turbo chamado de S pela Scania agora gerava 111KGFMa1400RPM e 296CVa2200RPM e o tanque teve capacidade ampliada para 200 litros que somado com outro tinha 400 litros e estava disponível o de 300 litros que somado ao outro tanque dava 600 litros e era indisponível para o LT 6x4. O Curioso que naquela época Scania fez "dobradinha" tendo os dois caminhões mais potentes do país.
O L101 com motor 11 litros aspirado e 203CV.

Aqui o LT 111 6x4 puxando a carreta dois eixos além do motor aspirado, ele oferecia a versão turbo do 11 litros com 296CV.
E ele seguiu sem alterações até outubro de 1981 conviveu durante seis meses com a Série T 112 que é sua sucessora e aí ele deu adeus do mercado, mas muitos "Jacaré" estão na ativa até hoje o que se confirma a robustez mecânica desses caminhões.

  O "Jacaré" Inaugurou a marca no país, teve três tipos de motores: 10 litros aspirado, 11 litros aspirado e turbo, ditou até o padrão das carretas e foi o primeiro a poder puxar carretas de três eixos, mas um dia teria que dar o adeus, depois de 24 anos no mercado era hora do adeus, mas o seu motor aspirado seguira no 112 por alguns anos e o motor turbo passaria com as atualizações até o 114, mas esses serão outras histórias e aqui nesse artigo todos os motores são á diesel.






Comentários

  1. ótima matéria! mas há um pequeno deslize, o FNM possuía injeção direta em todos os modelos de motores produzidos. Além de possuir um modelo 180c,tenho alguns catálogos de peças,e 3 manuais técnicos de serviços autorizados.

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    1. Obrigado pelo elogio! realmente cometi o deslize com o FNM, mas na matéria histórica do FNM eu acabei corrigindo. rsss

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  2. Bom dia
    Vc sabe em quais anos os Paralamas eram em lata e em quais eram de fibra?

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    1. Opa, desculpe a demora pela resposta, mas não sei dizer, só um latoeiro(não sei como se chama na sua região) experiente pode dizer alguma coisa sobre isso.

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  3. O Paralamas de fibra se ñ me engano saiu no 112 ou 113 e o ano não me lembro deve ser 84 por ai

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    1. Opa, salve essa matéria do Jacaré que tem os 110 e 111, o 112 já é da Série 2.

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