A SEGUNDA GERAÇÃO DOS CAMINHÕES AGRALE: A MODERNIZAÇÃO DOS CAMINHÕES GAÚCHOS

A SEGUNDA GERAÇÃO DE CAMINHÕES AGRALE FOI LONGEVA E RECEBEU COMPONENTES CONHECIDOS.

A Agrale surgiu em 1962 ainda como Agrisa. Em 1969 Francisco Stédile compra a empresa e muda ela para caxias do Sul e o nome de Agrale.

 O TX foi um "caminhão por acidente"  afinal era para ser uma cabine para implementos Agrícola, mas mesmo assim no lançamento ele já era um modelo "datado" visualmente, lógico que a Agrale corrigiu a rota. Hoje é fácil de dizer que tem um Agrale e  compartilha componentes com modelos da Volkswagen(depois explico), mas naquela época não? A Agrale sofria um pouco  de resistência do mercado, mas a marca foi quebrando isso com o tempo.

A CHEGADA DO NOVO MODELO: Em outubro de 1985 na linha 1986, as linhas são mais modernas que o antecessor TX e agora eram dois modelos: o 1600 e o 1800, sendo que poderia  ser rodado simples e duplo, outra novidade era a opção de cabine dupla, além dela tinha a opção de tração 4x4 ou seja 20 anos antes do Ford F4000,  O câmbio era manual de cinco marchas, já nos motores a oferta começava pelo Chevrolet 151 de 2.5 litros de quatro cilindros á álcool, o seu diâmetro é de 101.6mm e o curso é de 76.2mm o que totalizavam 2479cm3, a sua taxa de compressão é de 9,5:1 e com carburador de corpo simples, agora a potência era em valores líquidos: 16.8KGFM a 2000RPM e 75CV a 4200RPM, a segunda opção foi herdada da geração antiga era o MWM 229-3 de três cilindros, o seu diâmetro é de 102mm e o curso é de 120mm o que totalizavam 2940cm3(é na verdade um 2.9), com bloco e cabeçote ferro, comando de válvulas no bloco acionado por varetas e bomba injetora, a sua taxa de compressão é de 16.6:1 e com isso gera 19.4KGFM a 1600RPM e 63CV a 3400RPM e esses motores eram para o 1600 RS( Rodado simples), já para o 1800 RS e RD o motor era a versão quatro cilindros desse MWM 229-4, mantinha a concepção diâmetro x curso, taxa de compressão, mas com um cilindro a mais a cilindrada ia para 3920cm3 e com isso ele gerava 26.4KGFM a 1600RPM e 88CV a 2800RPM é o mesmo usado nos Volkswagen leve da época e também no Ford F4000 e na picape F1000. A sua suspensão é eixo rígido com feixe de molas nos dois eixos, os freios a tambor nas quatro rodas. O tanque tinha capacidade de 90 litros. 

A Segunda geração dos Agrale chegava ao mercado, mantinha os motores 151 de 2.5 litros á álcool de 76CV(agora valores líquidos) e o três cilindros 2.9 á diesel de 63CV, só  que estrava o quatro cilindros 3.9 á diesel de 88CV.

O Cabine dupla e contava com as opções de 4x4 também.

Em outubro de 1986 na linha 1987 nada muda, em outubro de 1987 na linha 1988 para o 1800 RD ele trocava o MWM 229-4(que seguia nos 1600 RD e 1800 RS) e estreava o Perkins 4236 3.9 á diesel, era um quatro cilindros em linha, o seu diâmetro é de 98.4mm e o curso é de 127mm o que totalizavam 3860cm3, a sua taxa de compressão é de 16:1 e com bomba injetora de atuação direta gerava 28.1KGFM a 1600RPM e 90CVa2800RPM é o mesmo motor do Volkswagen 6-90 da época, do Chevrolet D40 e da picape D20.

O Agrale 1800 D no modelo RD troca o MWM pelo Perkins 3.9 á diesel de 90CV.

Em outubro de 1988 na linha 1989 nada muda, em outubro de 1989 na linha 1990 nada muda o motor 151 da á álcool dá adeus, se você está perguntando é o motor do Opala? é sim a resposta.

NA DÉCADA DE 1990 CHEGARAM OS FACELIFTS E A VERSÃO TURBINADA, em outubro de 1990 na linha 1991 nada muda, em outubro de 1992 na linha 1993 ele é reestilizado com nova grade dianteira, faróis, para-choques, os modelos continuavam sendo o 1600 e 1800, ambos com opções de rodado simples e duplo, mas estreava o novo 7000, já nos motores sem nenhuma alteração inclusive o 7000D que herdava o motor MWM 3.9 de quatro cilindros á diesel do 1800 RD.

O Agrale recebe o facelift os 1600 e 1800 era mantidos, estreava o 7000D, mas os motores continuavam o MWM três cilindros 2.9 e o quatro cilindros 3.9, mais tarde chegava o 7000TD que recebia a versão turbo do MWM 3.9 com 115CV.

Aqui o 1600 cabine dupla com opção 4x4.

Em outubro de 1993 na linha 1994 nada muda, em julho de 1994 na linha 1995 mais novidades: o 1600 e 1800 são renomeados 5000 e 6000 respectivamente, o motor três cilindros MWM dá o seu adeus e estreava o 7000TD que estreava a versão turbo diesel do MWM 229-4, a sua taxa de compressão caia para 15,9:1 e com isso passou a gerar 38KGFM a 1600RPM e 115CV a 3600RPM.

  Em outubro de 1995 na linha 1996 nada muda, em outubro de 1996 na linha 1997 um pequeno facelift e além deles chegavam os novos 7000DX e 7500TDX, além de manter os 5000 e 6000, nos motores o antigo MWM 229-4 dá lugar ao MWM Série 10 4.3 litros com bloco e cabeçote de ferro, comando de válvulas simples no cabeçote acionado por engrenagens, o seu diâmetro é de 103mm e o curso é de 129mm o que totalizavam 4300cm3, a sua taxa de compressão é de 16,3:1 e com isso gerava 29KGFM a 1700RPM e 95CV a 3800RPM e a versão turbo que tinha taxa de compressão de 15,9:1 gerava 39KGFM a 1600RPM e 120CV a 2600RPM. O Curioso que é o primeiro já estava também no Volkswagen 7-100 e o segundo só foi para no 8-120 no início da década de 2000, lembrando que ambos os motores são dotados de bomba injetora mecânica com atuação direta.

O Agrale ganha mais um facelift e agora os motores são os quatro cilindros MWM 4.3 aspirado com 95CV e turbo com 120CV, mais tarde ganha uma versão com 135CV e depois outra com 145CV e o 6000 ganhava o MWM Sprint 2.8 Turbo Diesel de 132CV.

No ano seguinte na Fenatran de 1997 é apresentado o 8500 TDX, o MWM 4.3 Turbo Diesel nesse modelo passou a gerar 42KGFM a 1600RPM e 135CV a 2600RPM era o mesmo motor do Volkswagen 8-140 da época, era a estrela da linha 1998.
    
    Em outubro de 1998 na linha 1999 nada muda, em outubro de 1999 na linha 2000 só adeus do 5000 do mercado, em maio de 2000 já como linha 2001 duas novidades: no andar de baixo o 6000 trocava de motor: deixava o MWM 4.3 diesel aspirado e recebia o novo MWM Sprint 2.8 12V Turbo Diesel Intercooler, o seu diâmetro é de 93mm e o curso é de 103mm o que totalizavam 2798cm3, a sua taxa de compressão é de 17,8:1 com bloco de ferro, cabeçote de alumínio, comando de válvulas simples no cabeçote acionado por corrente metálica e três válvulas por cilindro ele gerava 34KGFM a 1600RPM e 132CVa3400RPM é o mesmo da Chevrolet S10 da época. Já o 8500 ganhava o Intercooler no motor MWM Série 10 de 4.3 litros e com isso passou a gerar 51KGFM a 1600RPM e 145CV a 2600RPM é  o mesmo motor do Volkswagen 8-150 da época e o tanque vai a 150 litros. Já o 7500 agora apenas turbinado e não mais aspirado. Em outubro de 2001 na linha 2002 nada muda, em outubro de 2002 na linha 2003 nada muda e em outubro de 2003 a segunda geração dos caminhões Agrale dá adeus(embora os modelos 8500 para baixo são técnicamente um facelift, mas aí a conversa é outra).


Surgindo como modernização dos caminhões da empresa gaúcha, a segunda geração fez por consolidar a marca no segmento de caminhões leves e usando sempre conhecidos como é o caso dos motores MWM de diversas gerações e até mesmo motor do Opala no início de carreira.






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