IVECO EUROCARGO: O CARGO Á MODA ITALIANA

O MODELO TEVE ATÉ CAVALO-MECÂNICO NO BRASIL.

Já sabemos que a Iveco tinha encerrado as operações de fabricação de caminhões no Brasil em 1985, na antiga fábrica de Duque de Caxias e com isso o fim dos modelos:

Dos modelos 80/130 e 120  e do 190 H que foi o último dos "Fenemê"  . Na Europa em 1986 a Iveco compra as operações de caminhões da Ford inglesa e com isso vira Ford Iveco, tanto que é comum ver Ford Cargo com o logotipo da Iveco estampado na Grande, em  1993 foi lançado o EuroCargo que é uma evolução do modelo, o próprio EuroCargo foi vendido na Inglaterra durante anos como Ford Iveco EuroCargo, até que a Iveco inglesa deixou o nome Ford de lado.

A CHEGADA AO MERCADO BRASILEIRO IMPORTADO DA ARGENTINA: Em 1997 a Iveco volta ao Brasil, mas de início apenas importando Daily da Argentina e da Itália, em abril de 1998 ela trouxe da Argentina o EuroCargo, nos modelos 120E15 e 150E18(na terra do maradona ele se chamava 140E18),  antes de detalhar vou lembrar que apesar do fechamento no Brasil, na Argentina ela seguia muito bem naquele mercado e isso facilitou o retorno ao mercado brasileiro, com a chegada do Mercosul,  voltando aos modelos ambos usavam câmbio manual de cinco marchas, ambos usavam o motor seis cilindros de 5.9 litros turbo diesel da família Fiat 8060, com bloco e cabeçote de ferro, comando de válvulas no bloco acionado por varetas, o seu diâmetro era de 104mm e o curso era de 115mm o que totalizavam 5861cm3, a sua taxa de compressão era de 18:1 com turbo, intercooler e bomba injetora de atuação mecânica para o modelo 120E15 gerava 44KGFM a 1400RPM e 143CV a 2700RPM e para o 150E18 ele usava esse motor calibrado para gerar 57.1KGFM a 1400RPM e 177CV a 2700RPM. A sua suspensão era eixo rígido com feixe de molas nos dois eixos e os freios eram a tambor nas quatro rodas. o tanque era de 150 litros para o 120E15 e de 300 litros para o 150E18.

O EuroCargo 120E15 tinha motor seis cilindros de 5.9 litros turbo diesel de 144CV.

Aqui é o 140E18 argentino, que no Brasil virou 150E18, lá tinha opção romeu e julieta e o mesmo 5.9 seis cilindros turbo diesel, mas nele calibrado para 177CV.

Lembrando que o modelo era fabricado na Argentina desde o fim de 1995. Em outubro de 1998 já como linha 1999 nada muda. Em outubro de 1999 na linha 2001 chegava o modelo mais potente era o 160E21  e que tinha opção de 6x2, o motor Fiat 8060 era calibrado para gerar 135KGFM a 1200RPM e 210CV a 2700RPM, mas ele manteve o tanque de combustível de 300 litros e se tornaria o modelo mais vendido da linha EuroCargo, superando os irmãos mais baratos.

O 160E21 chegava ao mercado com o motor seis cilindros 5.9 Turbo diesel calibrado para 210CV.

Em outubro de 2000 é inaugurada a linha de produção nacional de Sete Lagoas-MG com a produção da Daily e na linha 2001 nada muda, em outubro de 2001 na linha 2002 nada muda, em outubro de 2002 na linha 2003 nada muda, em outubro de 2003 na linha 2004 sem alterações.

A CHEGADA DA PRODUÇÃO NACIONAL em março a marca decide produzir o EuroCargo em solo brasileiro e em outubro de 2004 como linha 2005 é lançado o EuroCargo nacional, apenas em duas versões: o 170E21 4x2 e sua opção 6x2, só que existiu uma troca de motor, afinal para aproveitar o finame, em vez de importar o motor a Iveco recorreu um fornecedor local e foi a única vez na história da empresa em todo o mundo, o câmbio continua manual de seis marchas, o tanque continuava de 300 litros, mas o motor agora era o MWM Série 10 ou 6.10 de 6.4 litros, seis cilindros em linha, o seu diâmetro era de 103mm e o curso era de 129mm o que totalizavam 6450cm3, a sua taxa de compressão é de 16,3:1 e com isso passou a gerar 67KGFM a 1600RPM e 206CV a 2800RPM, o motor tinha bloco e cabeçote de ferro, comando de válvulas no cabeçote acionado por engrenagens, turbo, intercooler e bomba injetora mecânica de atuação direta.

O EuroCargo nacional estreia no mercado com motor MWM Série 10 seis cilindros com 206CV.

 O Curioso é que essa unidade esteve no Volvo VM 210 com as mesmas específicações e nos Volkswagen 13-180/15-180 e Worker 15-180 e 13-180 calibrados para os 180CV ou 173CV no final de sua carreira, além é claro do próprio VM 240 com calibração de 240CV.

MAIS UMA MUDANÇA DE MOTOR se dá em outubro de 2005 na linha 2006 diante das mudanças da legislação anti-poluentes, o MWM Série 10 foi substituído de volta um motor da própria Iveco e com isso os modelo são renomeados 170E22, 170E24 e para os modelos 6x2 230E22 e 230E24, o câmbio manual de cinco marchas dava lugar ao manual de seis marchas, o motor Iveco agora era o Tector(isso mesmo o nome que deu a futuro caminhão da marca) com bloco e cabeçote de ferro, comando de válvulas bloco acionado por varetas, 24 válvulas, turbo, intercooler e injeção common-rail, o seu diâmetro é de 102mm e o curso é de 120mm o que totalizavam 5883cm3, a sua taxa de compressão era de 17,5:1 e com isso gerava 69KGFM a 1200RPM e vai até 2100RPM e 210CV a 2700RPM para os modelos 170E22 e 230E22, já os modelos 170E24 e 230E24  vinha esse motor calibrado para gerar 82KGFM a 1250RPM e vai até 2100RPM e 240CV a 2700RPM, se você notou similaridades com o motor da Série B da Cummins, sim ele é da mesma família, isso se deve aliança entre a Cummins e a Iveco na Itália era a EEA que quer dizer European Engine Alliance, se o Cummins Série B que equipa os Volkswagen e Ford Cargo é um "Cummins a moda norte-americana-paulista" dá para dizer que o Iveco Tector é o "Cummins a moda ítalo-mineira" Já que Iveco decidiu por produzir o motor Betim-MG e com isso a linha da FPT ganhou a operação de diesel pesado e o tanque de combustível teve um diminuída: 280 litros.

O EuroCargo ganha o novo motor Tector seis cilindros turbo diesel 5.9 de 210CV e 240CV era basicamente um "Cummins a italiana".

DIANTE DOS SUCESSOS DE VOLKSWAGEN CONSTELLATION 19-320, MERCEDES-BENZ AXOR 1933, VOLVO VM 310 a Iveco decide entrar no segmento  entre 300 e 350, afinal o Stralis 4x2 poderia não vender tanto e a Iveco resolveu que o EuroCargo deveria puxar carreta, o sobrenome era Cavallino, tanto que você viu na foto está lá estampado "EuroCargo" em cima e Cavallino bem na grade do modelo, ele foi lançado em outubro de 2006 como linha 2007, o câmbio era manual de 16 marchas, já o motor era o estreante Iveco Cursor 8, com seis cilindros em linha e 7.8 litros, o seu diâmetro era de 115mm e o curso era de 125mm o que totalizavam 7779cm3, taxa de compressão de 16,5:1, motor com bloco de ferro, cabeçote de alumínio, comando de válvulas simples no cabeçote acionado por engrenagens, turbo, intercooler e injeção common-rail  e com isso gerava 123KGFM a 1300RPM e 320CV a 2400RPM era o motor do Stralis de entrada na Europa, na época. E ele tinha dois tanques de 280 litros o que totalizavam 560 litros.

O EuroCargo Cavallino chegava ao mercado com motor seis cilindros 7.8 litros, turbo diesel de 320CV.

  Em outubro de 2007 na linha 2008 nada muda, em dezembro de 2008 o EuroCargo dá lugar ao Tector, só ficava o Cavallino, em setembro de 2009 na linha 2010 quem dá adeus é o Cavallino para dar lugar ao Cursor e aí o adeus do EuroCargo, embora o nome se manteve na Europa.

  O EuroCargo foi um dos produtos importantes no retorno da Iveco ao Brasil, tanto que em 2005 a marca ficou em quarto lugar no mercado de caminhões só atrás de Volkswagen, Mercedes-Benz e Ford, chegou a ter cavalo-mecânico, poucos sabem que ele é uma evolução do Ford Cargo, afinal a Iveco havia comprado as operações da Ford inglesa em 1986 e evoluiu o caminhão, mas hora do adeus chegou para ele também.







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